"Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso." Bertold Brecht____________****** Este blog pra ser bem comprendido deve ser lido na ordem cronológica, ou seja, do artigo mais antigo para o mais recente****

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O que me assusta, não é a mudança…

mas a falta de vontade de mudar das pessoas!

Se esperam que alguém as escuta porque tem as ideias feitas e não VALE A PENA… Pois está muito enganado, A MUDANÇA É SEMPRE POSITIVA, porque significa uma nova etapa, significa coragem para tomar uma decisão diferente, significa ESPERANÇA. Domingo vai ficar àespera que os outro façam essa diferença por si?

Até lá, vamos ver!


Onde o Cuco põe os ovos!

Como todos sabem, é com as andorinhas que se anuncia a primavera,  mas, quando o tempo fica seguro lá vem o cuco… Cú, cu, aqui. Cú, cu acolá, cospe no feno e mija nas amoras!

Por ser verdade que não se acaba a primavera por causa de uma andorinha, também não a há verdadeiramente ano eleitoral sem cucos. SÃO UNS SAFADOS. Fazem o mínimo possível, “cuqueiam” aqui e acolá, engordando à custa dos mais pequeninos e ágeis piscos!

No ninho, porque nascem mais cedo e são bem maiores e GORDOS, logo empurram os ovos dos irmãos, filhos legítimos para fora do ninho. O seu projecto é simples: MANTER O POLEIRO!

A MIM, parece-me patético como a passarada os reconhece, chilreiam por aqui e por acolá, em tom de acusação, a cada poia dos cucos. Barafustam as suas manias das grandezas. Especialmente quando S. EX dom cuco se arma em AVE de RAPINA: em Bufo ou Águia.

Mas na horinha certa lá pousam o cú em cima das ovas do cuco e lhe chocam mais uma vez os projectos! Mas que raio de penas ou peneiras são estas?

É fascinante como mudam de penugem!

Só posso crer que tem a ver com com o SINAIS DO TEMPO! Que aliás são preocupantes. Se, eventualmente, essa mudança fosse racional, ponderada, ou defendida num qualquer pensamento sócio-político, mas não: a única razão que me ocorre é a mesma que levou aos comoDEantes a abandonar o nosso projecto: Pessoas dramáticas, com vidas anónimas. É o desejo dos 10 minutos de fama, como falava Andy Whoral. Fama “instantânea” sem que para isso se tenha trabalhado ou lutado. Principio este está dentro dos mesmo grupo do “Big Brothers” e sucedâneos.

Este género de pessoas dramáticas precisam de plateias, e não suportam que ninguém brilhe ao seu lado, quanto mais as que ofuscam! Faz-me lembrar a história do pirilampo e da cobra: Andava há alguns dias uma cobra a perseguir um pirilampo. Sempre que este se julgava seguro lá a sentia aproximar-se no seu silencioso rastrejar… Já exausto, e sem mais forças para fugir, o pirilampo decidiu enfrentar a cobra:

– Olha lá, eu por acaso faço parte da tua dieta?

A cobra, espantada com a coragem – Não!!!

– Fiz-te algum mal?

A víbora ainda se ajeitava pró ataque, de novo surpresa com a questão – Não!!!

Então qual é a ideia? Provar-me?

A víbora, então, entendendo que a vitima já não tinha hipótese nenhuma, declarou: NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!

HÁ PESSOAS ASSIM,  há uns tempos pude constatar que a desculpa era o tal «mau feitio». Mau feitio esse, que entretanto transformado em traço de carácter vantajoso e de orgulho, contagiava a canalha!

Ora essa, que CUCOS sãos estes? Mau feitio, para mim é a velha desculpa do CANSADO! Mas o mais grave é a atitude de – «Aquela velha opinião formada acerca de tudo» – como cantava Raúl Seixas, canta-autor Brasileiro na musica Metamorfose Ambulante.

Voltando aos cucos mais gordos: – Que me perdoem os leitores, mas eu não consigo entender como se apresenta uma lista, ou candidatura, SEM UM PROGRAMA DE TRABALHOS E PROPOSTAS objectivas e claras. Aliás, não foi só uma candidatura que o fez! QUE SE PASSA COM ESTA GENTE?

SÓ POSSO DEDUZIR QUE: OU SÓ LHE INTERESSA O CARTAZ, ou O POLEIRO DO CUCO, ou ENTÃO, seguir o programa que já está por ali gizado por um grande CUCO?

É por falta de ideias ou IDEAIS? Que o mundo assim segue…

OLHEM, se querem ideias podem-nas pedir: hoje com o facebook… ou então criar um blog como este. As pessoas tem medo! Ainda entenderam? Isto até pode ser uma oportunidade: podem criar perfis-máscara para poderem denunciar caso ganhem coragem! Bem sabemos o perigo desta coisa da denuncia anónima… No entanto há que saber OUVIR, e processar essa informação, porque canalha, há-a com todas as idades…

Estou convicto e preparado para dar ideias. NÃO APOIO NENHUM “CLUBE” (partido ou lista), não porque não acredite em política. O QUE EU NÃO ACREDITO E NESTA FALTA DE SERIEDADE! Como é possível já me ter chegado aos ouvidos, que o prazo de validade do novo projecto é como o dos ovos e dos iogurtes: CURTO.

Hajam cucos, pois claro, sem eles não há metáfora!

Por fim, e porque Moliére é grande e iria ADORAR A NOSSA INTERNET PARA LHE DAR TEMAS PRÁS PEÇAS, QUE NÃO PODIAM SER MAIS POLITIZADAS… Fica a dramaturgia escatológica de inspiração para os CDA para não o ofenderem:

cú, cu! cú, cu, cúcu!

defequei no escritório

defequei no escritório


Ensaio sobre a parvalheira! Ou o vendedor de pêssegos.

Devo-me confessar aparvalhado! como diz o provérbio: «Há muitos anos que sou sacristão e nunca vi tal procissão.» Isto a propósito das mais recentes e entusiastas NOTÍCIAS da mui nobre terra de Lagares, e suas mui nobres e altivas gentes.

Refiro-me à fase politica «CALANO» do Sor presidente: estende a mão a toda a gente e nos lugares menos apropriados, cede o lugar na missa aos tidos mais intelectuais, e fingem com uma certa inclinação de queixo não ver quem por ali ronda e não agrada: a oposição, pessoas com espírito critico e livre.

Neste momento, lá começam as inaugurações políticas em obras inacabadas, mas com tratamento cosmético que o povo tanto adora neste país: a PARVÓNIA. Não é por acaso que o João Jardim é um SENHORI, e um tal Paulo Portas é perito em pregões…

Bom, mas à terrinha, e não pode ser só para dizer mal! À parte a procissão  a inauguração de uma biblioteca é um feito extraordinário  É BEM SIM SENHOR! UMA BIBLIOTECA PARA CADA ALDEIA É UMA MEDIDA CULTURAL ARROJADA. (espero é que contenha literatura)

UM CENTRO CULTURAL, CASA DO XINÉ, UM SUBSÍDIO DE NATALIDADE E… Não me ocorre nada mais da moda! AH! é verdade ainda falta o folheto informativo (o pasquim local) para “informatar” as cabecinhas do eleitores… VIVA O JORNALISMO PORTUGUÊS (vende-se barato!)

Mas daquilo que me interessa mais falar é da Casa do Xiné, os comoDEantes e a actividade de programação destes. DÓI-ME o coração a ver arder o projecto original na fogueira das vaidades… E PORQUE NINGUÉM ME DISSE, porque eu esteva lá NO DIA DA INAUGURAÇÃO (sem ser convidado), e assisti à patetisse dos discursos que não articulavam uma ideia, não propunham um projecto, enfim, palavras que soavam falsas somente lutavam com o meu fantasma ali presente. MAS FOI DITO, QUE as ideias são só ideias, e… para não faltar à verdade: – “Os projectos não são de quem os pensa nem de quem os executa, são da comunidade onde eles se inserem” belmiro magister dixit! ORA, ORA, ORA! ESTA-SE MESMO A VER O vendedor de pêssegos.

Afinal que comunidade assiste a este tipo de música que faz parte da programação? PORRA! AMERICAGADAS? que me perdoem o vernáculo pouco humilde, QUE VERGONHA SENHORES, QUE VERGONHA! e já agora a tal programação é feita a granel (tudo que vem à rede é OVO?) CERTAMENTE QUE NÃO FOI ISTO QUE ENSINEI À MINHA CARA EX-ALUNA! E TAMBÉM NÃO ERA ISTO QUE ME PASSAVA PELA CABEÇA QUANDO COORDENAVA O PROJECTO.

Vos dirão que me fui embora por livre vontade, e tal e tal, e que abandonei o barco num momento difícil! bla… bla… bla… ACREDITEM NUM COISA, há três coisas que não se devem sacrificar : A FAMÍLIA, O CORAÇÃO E A DIGNIDADE: não estava disposto depois de erguer o projecto com todas as minhas forças a ser comandado por pessoas inferiores a mim. E digo-o sem qualquer tipo de pudor, porque sou pessoa simples, acredito. SIM toda a gente de Lagares me trata por Pedro sem quaisquer formalidades. Grandes e pequenos, não aceito cá títulos nem cognomes majestáticos tipo sor DR, ou SR Engenheiro… Portanto, no que trata à cultura de espectáculos sei muito bem do que falo.

Acreditem também que muito me custou tomar a decisão que foi ponderada e organizada, e que hoje ainda me doí muitíssimo. Mas ainda acredito nos meus valores e PRINCÍPIOS que não pretendo abdicar deles. Por isso deixar-me “nacionalizar” pelo partido, seja qual seja, NÃO O FAÇO. Muito menos me tornarei objecto de propaganda política asquerosa e carácter vil, ainda por cima muito mal orquestrada.

Mas regressando aos pêssegos… Então é assim que a comunidade se revê na cultura local? Pois, a definição de cultura é como os pêssegos, tem que se rodar… não é? O que eu não entendo são os mansos (passa-se-lhes a mão pelo pêlo – magister dixit – …e bicho que deixa passar a mão…) Andam ali à volta à espera que caia da mesa alguma côdea? NÃO TEM OLHINHOS? Já me arrependo de ter tornado a alma d’artista “pública”, bom mas quando era “privada” os comodeantes também a beberam… O objectivo era matar os neurónios lentos…

Deixem-me explicar: o álcool mata os neurónios, mas só os que estão a mais, os lentos. Mas quando não há rápidos…  o efeito foi sentido largamente, ao que me parece…

Os pêssegos, pois: então onde é que estão os espectáculos com os cDa preservados? E os miúdos,  e os outros, os do meio? foi-se fogo? acabou-se a inspiração dos “ARTISTAS”? mas então as peças de 4 ensaios que vos ouvi tantas vezes prometer serem capazes de fazer? de certeza QUE ISSO NÃO ERA DIFÍCIL, POIS NÃO?

VIRASTES TODOS VENDEDORES DE PÊSSEGOS:

pêssegos

Passo a explicar: estava um homem no mercado a vender pessegos, e para os vender melhor colocou um cartaz a dizer: PÊSSEGOS TÃO BONS QUE SABEM A SEXO! Ora o povo curioso lá avançou, apesar do preço acima da tabela! Então devia valer a pena – OLHE PODE-SE PROVAR? – perguntavam – NÃO – respondia sisudo – então levo 2! – ou, – levo meio quilito, o Sr, detrás da sua banca puxava da saca contorcendo-se, metia a mão dentro das calças, parecia que trazia as sacas metidas no cu. Até que alguém voltou para trás e pôs-se a reparar, que o homem ia era, na verdade coçar o cu… E disse – Olhe lá – com um pêssego trincado na mão. – Os pêssegos sabem é a merda! – Ao que o senhor respondeu, olhe rode, rode, rode, o pêssego! Que do outro lado está o sexo. Ou seja, para os papalvos o que interessa é o reclame, o marketing… POR AMOR DA SANTA! DIGNIDADE. Tratem de ir ver espectáculos de outras Companhias, troquem espectáculos, assumam responsabilidade, ponham a casa em ordem: promotor de espectáculos? licenças? ficha técnica? estudo de públicos? políticas culturais? estratégia de programação? etc, etc… e não façam da casa uma auto-promoção!

FICA AQUI MAIS UMA ADVERTÊNCIA SABEM O QUE SIGNIFICA OLIGARQUIA? Sor doutor é uma palavra eminentemente democrata? oh oh oh!


Efeito sibila ou por outro, a decadência?

Depois de algum tempo distante, gostaria de vos recontar a história com que acaba o último espectáculo que fiz junto dos comoDeantes preservados, ERVA FADADA: Andava uma velha na praia a apanhar caranguejos com um pequeno ganchito e um balde negro. Por ali se passeava um SENHOR que com opinião estabelecida, opinava acerca de tudo. Aliás, sabia de tudo. – Ó senhora, então o balde não tem tampa? Assim os bichos fogem-lhe. – A senhora de alma curtida pelas imensas marés respondeu: – Não se apoquente são caranguejos portugueses. – E calou-se. De novo se vergou e voltou a espreitar pelas fendas das rochas. O digníssimo emproado tentou o número do trocista: – Ora essa, os caranguejos lá têm carácter? Se calhar os Ingleses gostam mais de Chá e os Franceses de queijo! – A senhora pressentindo o patego, logo ali rematou: – São portugueses. Sabem que quando um está à beirinha de escapulir pela borda do balde, lá vêm os outros e o puxam para dentro novamente. – e calmamente fixou o olhar no tolo: – entendeu?! – e regressou à faina.

E vocês já entenderam agora?! Ou ainda não? Nós Portugueses (não só), temos a mania de espelhar os nossos defeitos na crítica que fazemos aos outros, ou então justificamos “AS RAZÕES” das nossa atitudes menos correctas com frases desviantes e atirando a culpa pró lado! Quero dizer que: em relação às últimas interpelações que me têm feito acerca do meu afastamento, ninguém se sente realmente responsável pela situação! CARICATO E CARACTERÍSTICO!

AFINAL quem é que perde realmente com tudo isto? TODOS digo eu! Porque se sou caranguejo, já há muito que caminho para a frente, para trás e para os lados! Ou seja, já há muito que fugi do balde! Nem a velha perde tempo em tentar caçar-me quanto mais o patego do emproado! Afinal quem é que está no balde? VÓS ora essa!

No topo um autocrata, gordo, velho rabugento, que ali está na beira debruçado só para empurrar os outros para baixo. Com as finas patitas apoia-se ora nestes ora naqueles, e lá se vai pousando nos mais trouxas que se acham maiores por lhe aparar o pandeiro. Se algum  por ali acima tenta a sorte, tufa e volta lá pro fundo do balde. Ele não está ali para fugir mas para impedir que os outros saltem fora! O gorducho já sabe que não tem a mínima hipótese para a velha até mesmo o patego. Está gordo lento cansado e acomodado. Limita-se a fazer o que lhe parece que a velha quer e o patego. Nenhum plano, nenhuma visão! OS OLHOS BEM ABERTOS! E LÁ VAI GRITANDO: – NÃO PODEMOS DAR PARTE FRACA! – No entanto não são os olhos que vêm o essencial, mas é a visão que nos faz progredir! E essa é uma questão de carácter, antes de mais, depois, é importante saber que: antes de pedir ou querer algo tem que se entender a diferença entre querer, merecer e precisar! Por fim, como dizia Marivaux (dramaturgo Francês, séc. XVIII):  “…simplicidade e simplismo não são a mesma coisa; a simplicidade esconde uma grande complexidade, o simplismo um grande vazio. A simplicidade funciona bem, o simplismo de nada serve”.

Por isso, não tenho ganas de poder, e sequer quero ser maior, mas se é que serve ao caso tenho visão! E por isso continuo a clarear e não enevoar, não embaçar! Por isso não foi difícil PROJECTAR o futuro e ver o que está a acontecer, que é embaraçador: Associação Casa do Xiné promete : 

A CASAXINÉ, Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural de Quintandona, tem como missão desenvolver e dinamizar cultural, recreativa, económica, turística, desportiva e ambientalmente a Aldeia Rural Preservada de Quintandona.
Missão: Tem como missão desenvolver e dinamizar cultural, recreativa, económica, turística, desportiva e ambientalmente a Aldeia Preservada de Quintandona, através da:

Proposta, promoção, coordenação e execução de iniciativas internas ou externas à associação;
Promoção do intercâmbio cultural com entidades nacionais e ou internacionais que compartilhem interesses comuns;
Produção de espetáculos musicais e culturais e festividades concelhias;
Organização da Festa do Caldo de Quintandona – manifestação cultural anual.

Os 4 pilares da Associação: Desenvolvimento Cultural, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Económico, Desenvolvimento de Identidade (retirado da pagina do facebook)
Depois disto, regozijo-me ainda mais com as primeiras e únicas palavras que me foram dirigidas por parte dos comoDEantes, depois de me ter afastado: – “tens que ser mais humilde…” Mas afinal quem se propõe desenvolver culturalmente o quê e quem se para isso precisa ele próprio de se desenvolver…? Um promotor de estágios?!!! Primeiro tem que ser competente para poder orientar estágios, saber para ensinar… E estes, sabem para isso? Sabem o que fazer?
Em relação à parte desportiva, estou ansioso pelo torneio de badminton no palco! Pertinente!
Proponho um exercício de auto-avaliação (ninguém adivinha o resultado… não tenham medo!)
1ª questão – sabe mais nomes de autores-criadores (artistas) portugueses ou de jogadores de futebol?
2ª questão – sabe mais de história da cultura ou da casa dos segredos?
3ª questão – sabe melhor as datas das taças do FCP ou o significado dos feriados e efemérides do país?
4ª questão – o número que sabe de marcas e modelos automóveis é maior do que livros leu nos últimos 10 anos?
5ª questão – sabe o significado de demagogia?
Cada um que faça o seu exame cultural! Pois Deus vos livre de me ver atrás da marquesa na mesa de operações com bisturi em punho, ou então a desenhar e calcular a nova ponte sobre o rio. Era bem capaz de desenrascar…
Podia colocar por aqui inúmeras referências necessárias e incontornáveis! Para quê? Sublinhavam, copiavam e colavam no google,  entre uns blogs e a wikipédia lá eram capazes de responder ao exercício! E depois? Eu posso saber todo o dicionário e isso não faz de mim um BOM HOMEM. Tenho antes de mais construir uma data de construtos que me moldam o ser e que eticamente me faz coerente: UM BOM HOMEM não se CALA quando deve falar e não FALA quando se deve calar!
MATURIDADE é um estado de espírito que cresce com a nossa dialéctica, a nossa vivência e com o número de marés, não serve para nada a reforma intelectual! Misturar palavras a partir de receitas fazem demagogia. Arte e cultura são feitas do carácter ÚNICO, não chega misturar tintas e pintar apartamentos. ARTE E CULTURA é antes de mais EMOÇÃO!
ESTA EMOÇÃO faz-no sonhar com mundos imaginários, soltos, só das ideias, faz-nos voar, faz-nos ter ESPERANÇA! E cada geração deve assumir a sua responsabilidade no futuro da próxima. Deve-a fazer sonhar, desejar mundos além nunca imaginados, quer nos fará navegar em muitas aventuras, como aliás é relatado pelo Luís Vaz. Afinal  mudou o mundo: fê-lo redondo!
Por isso, o homem velho tem que dar lugar ao homem novo e este deve passar o testemunho, envolvendo-o, incentivando-o, apoiando-o, servindo de pilar aos futuros líderes e o testemunho não pode ser agarrado até que caia a cadeira!
VAIDADE estraga isto tudo! Orgulho aniquila a esperança. Não faz sentido…
POR ISSO TENHO PENA QUE OS LAGARENCES NÃO estejam A RECLAMAR O SEU DIREITO AO FUTURO, AO SEU DIREITO A MUDAR , AO SEU DIREITO AO ERRO, ESPECIALMENTE OS PAIS DOS MENINOS QUE PODIAM TER TANTO PARA ELES E COM MUITO POUCO FICARAM, na minha opinião.
DEDICO-LHES ESTA MENSAGEM ABAIXO:
Como podem esperar que eu volte?…
Bem hajam,

o direito a sonhar!

Para quem ainda não foi capaz de compreender aqui fica mais uma dica:


Direito a sonhar – Eduardo Galeano
E devo dedicar a todos que estão de acordo comigo, mas não tem CORAGEM de enfrentar a tirania. Todos aqueles que tem medo. A todos aqueles que se enganam tentando pôr a responsabilidade no outro!
Durante anos quis fazer as pessoas sonhar, e partilhei o meu sonho. Talvez vós já não quereis mais SONHAR, senão dizei-me o que vos impede de exigir o sonho de VOLTA?
QUEM NÃO SONHA MORRE, DESAPARECE, TORNA-SE INSIGNIFICANTE!
Não tenho mais nada a acrescentar ao Eduardo Galeano, o senti-pensante que já vos tinha falado!
bem hajam.
Pedro


NÃO ESPERO QUE ME COMPREENDAM, MAS QUE ME RESPEITEM.

Já há algum tempo que sinto que devo manifestar-me, penso sempre na forma bem como o modo(s). A visibilidade que (ainda) tenho no projecto de Quintandona tem-me inibido de escrever o que me vai na alma. Porque sou educado, com sentido de responsabilidade social, compreendendo-a na sua mais ALTA influência. Porque neste país é-se brando por costume e de costume, porque se pensa que nada valha ao nosso fado… Mas já pouco me impede de publicar isto, pode não resolver nada, mas alivia-me o espírito e dá-me a sensação de alívio, de um peso que carrego, e devo-o senão mais aos meus filhos. E publico-o com a consciência de que já nada afecta o evento deste ano.

Desde que me envolvi no teatro, mais particularmente quando me profissionalizei, apercebi-me de que o teatro, melhor as artes performativas ou melhor ainda a arte é elitista e que aspira viver num mundo à parte. Sem mais considerações, entendi e entendo que a sua democratização é necessária, já que acredito que esta é motora de desenvolvimento sustentável e harmonioso. Sei que a desigualdade de acesso à literacia e à fruição de cultura pelos habitantes de zonas menos urbanas é praticamente impossível ou então estão sujeitas ao carácter de “gosto” dos municípios que, praticamente, programam sem qualquer critério que não seja eleitoralista. Políticas culturais, interesse cultural, desenvolvimento de espírito e massa crítica só termos “técnico culturais” desses artistas .eles pensam que sabem tudo! ― São as habituais afirmações para “camuflar” a iliteracia na área. Por isso, desde então tem sido minha “campanha” como democratizar a arte e como criar projectos de proximidade com um extenso Portugal rural, que descubro a cada passo e é de uma riqueza e um acervo de património imaterial imensurável, desde contos a tradições, personagens a trajos, locais a monumentos, lendas a mitos, vivências que constroem a nossa alma e cultura e que podem ser mote para inumerável criação artística.

Vivemos desde a ditadura com medo da Portugalidade, já que era um dos símbolos da opressão, especialmente aqueles ligados mais à interioridade do país. Por isso usamo-los, usufrui-mos deles mas de uma forma discreta e com quase pudor falamos deles. Porque não celebra-los? Das mais variadas formas?

Hoje, um grande e variado grupo de artistas já o fazem e de uma forma admirada internacionalmente, para citar dois com visibilidade, a Mariza com o fado e a Joana Vasconcelos com as suas esculturas de renda e faianças do Bordalo Pinheiro.

Neste pensamento, desenvolvi o trabalho final de curso intitulado: – “Pela demolição da 4ª parede – considerações acerca do teatro rural” onde propus semear a ideia-projecto de onde germinaria o projecto de Quintandona. À altura estava longe de imaginar que o desígnio do ocaso e proporcionados por uma feliz coincidência de factos e factores rapidamente o tornariam efectivo. Quando tive que me afastar, este era um projecto ainda jovem, com enormes potencialidades e extraordinárias ferramentas mas muito frágil. Muito falta para fazer no projeto de Quintandona, mas o que é necessário ser feito é de uma delicadeza e de uma necessária competência que exige atenção extraordinária como uma flor ou um filho necessita de cuidados constantes e de atenção diferenciada nas diferentes “idades”…

No entanto, e no entendimento dos nossos políticos que deveriam ser nossos coadjuvantes, o projecto está pronto para aquilo que norteia o seu pensamento: OS VOTOS e a eleição. Partidarizaram-no para seu ganho, registaram, patentearam e institucionalizaram sem que fosse objecto de discussão pública calma, aberta e ponderada. LAMENTO isto, foi uma acção de falta de frontalidade, de oportunismo e já está a sorver toda a sua beleza até o secar e abandonar quando já nada mais houver para espremer.

Posso pouco falar do que se passa ou passou após a minha saída, mas dos ecos que me ressoam fica que o projecto está a ficar oco, com uma belíssima casca, mas sem tutano, sem pensamento, porque não se sabe que fazer adiante, especialmente num momento tão difícil como atravessamos politico-social-económico.

Após um ano, a mágoa mantém-se quase tão viva como então, mas continuo convicto que a minha decisão que foi ponderada, analisada e decidida foi e é a mais correcta. Nessa data, amordaçado não pude expressar o que me ia na alma, e a agravar aqueles que me acompanharam na criação do mesmo, refiro-me aos comoDEantes, estavam já de costas voltadas, senhores das suas razões atiravam sem estar atentos a quaisquer sinal, subtileza ou até mesmo sentimento. É muito violento ficar SÓ, (apesar de tudo tive SEMPRE a minha família comigo). Acedi silenciar a minha luta por duas razões: porque esta servia de arma de arremesso no casamento já muitíssimo frágil da minha irmã, tive a dignidade de a apoiar e tudo fazer para atenuar as divergências, de que não me arrependo. Em segundo, o grupo de teatro, já decidia nas minhas costas prometia o que não era capaz de responder por si assumindo coercivamente o meu SIM, por exemplo: a «alma de artista» a bebida, que só eu sei a receita, porque a criei há muitos anos e acedi “cozinha-la” para o evento numa tentativa de recuperar verba financeira, no sentido de dar resposta a necessidades económicas na programação. Este é um exemplo entre muitos: NINGUÉM imagina a quantidade de horas, bem como a quantidade de papel e tarefas produzidas para a dinâmica do projecto de Quintandona estar de pé.

O meu “traço” foi de tal forma carregado que é praticamente impossível apaga-lo, veja-se por exemplo os temas dos textos de divulgação, foi-lhes feita uma acçãozita de cosmética… No entanto, os comoDEantes, quem mais do que eles sabiam o que tinha feito! e quanto me tinha dedicado. Quando pedi o voto de confiança nesta pressão institucionalizadora e manipuladora, abandonaram-me sem pestanejar, esqueceram quanto tinham beneficiado com os comoDEantes. Sem pestanejar esqueceram-se de todos os compromissos que tínhamos assumido em conjunto, se não mais de honra e iludiram se com o “ser-se o primeiro”.

Estar na ribalta não é estar no SÍTIO das decisões, esse é o sítio dos mais competentes e capazes das decisões corretas. Falo por exemplo do desprezo pelo meu currículo e pelas minhas competências demonstradas. Aliás, eles próprios estiveram muito cépticos em relação ao caldo, à inserção dos habitantes na companhia, recusaram-se a colaborar comigo com as crianças, excepto a Ângela, que a seu tempo também acabou por abandonar. Não pretendo com isto, e aqui, “lavar roupa suja”, estes exemplos são comprovações de que eu NUNCA, me deixei abalar pelas suas faltas, ou pelos seus “desânimos” ou mesmo pelos seus melindres, compreendi, aceitei e continuei, muitíssimas vezes sozinho em inúmeras e por inúmeras vezes. Ninguém é perfeito. Não tinham o direito de me “calcar” num momento de extrema fragilidade, e se alguns não o fizeram por intenção, outros com segundas e terceiras… Deixar cair. E isso confirmou-se na inauguração da Casa do Xiné.

REALÇO, todos sabem quantas horas, pelo menos imaginam, dediquei ao projecto Casa do Xiné, desde os convites a “voluntários à força” que projectaram e fizeram os primeiros estudos. À filosofia do espaço e à sua polivalência, versatilidade, será necessário comparar com outros “auditórios” recentemente construídos por munícipes…enfim. Ignoraram me e mesmo quando me forcei a “estar presente” na inauguração, com toda a dignidade, IGNORARAM-ME. Se isso não é espezinhar é o quê?

Não se esqueçam, que a questão não é o meu protagonismo e visibilidade, senão porque recusava subir ao palco para agradecer? E se assumi as “entrevistas” é porque achei que era a pessoa mais capaz para defender o projecto de Quintandona, e expressa-lo a jornalistas pré-formatados. Dizer-lhes aquilo que queremos ver publicado e não aquilo que querem “popularmente” publicar. Com descuido a coisa vira o «Homem Elefante», circo de aberrações.

Por fim, esqueceram-se que no fundo foram todos meus alunos, e como professor sei avaliar as competências dos meus alunos…Do que são e não são capazes, do quanto são genuínos e produtivos, quanto farsolas e orgulhosos. Lamento que se tenham deixado comprar por 30 moedas de prata. Mas o que mais me dói é que ao fim de praticamente 10 anos não consegui fazer-me entender nem respeitar.

Em relação ao presidente da junta, Sr Belmiro Barbosa, nem sei por onde começar… Antes de mais devo dizer-lhe que escritos de pedra não são escritos NA pedra, portanto, escritos de pedra são os espectáculos e as mensagens que inscrevi nos corações das pessoas que os assistiram, o apelo à dignidade, não são as placas inauguradoras.

O medo de morrer faz parte da natureza humana e por isso muitas vezes este medo faz-nos lutar por lugares de destaque e visibilidade, que por vezes pensamos, ou almejamos ser locais de garantia de eternidade. Esta sensação ou até postura é, por vezes, racional outras irracional, o certo é que a natureza inscreveu nos nosso genes a necessidade do “LEGADO” se não mais de forma permanente: instinto de procriar e cuidar. Com a razão, o raciocínio impele-nos para a criação de obra, e daí às mais variadas variáveis. Mas a verdade é que precisamos de muitas voltas no “carrossel” para compreender que isso é só uma interpelação instintiva, e melhor será se experimentarmos todos os “carroceis”, até a “feira toda”! Como diz o ditado: «para se saber tem que se andar ou ler…» Nas minhas “voltinhas”, constatei isto, bem como, quem não o vê e quem jura não o ver, mas… Eu também o vejo e como sabem fui confrontado com a morte, de uma forma extremamente violenta e injusta, aos 18 anos quando quase se é adulto e se é imortal, a tese foi contestada com o facto da minha irmã ter sido ATROPELADA e ter acabado por falecer aos 7 anos. Isto é mais violento, quando a vida parece que não merece quaisquer preocupação. Portanto, a batalha pela sobrevivência e o tal instinto sobre-elevaram-se, na direcção certa, digo eu, mas ao fim destes 20 anos compreendi que mais vale um a lutar por valores do que por sobrevivência, porque esta é garantida com educação. Sim, educação, que me impede de comportamentos de risco e garante escolhas ponderadas para o melhor objectivo. Desta forma transformei-me num senti-pensante – expressão de Eduardo Galleano (escritor sul-americano) que diz, se eu pensar racionalmente sem prejudicar os meus valores e o meu coração tudo me impedirá de prejudicar o outro. Melhor, se eu compreender as pessoas através da arte, talvez o meu LEGADO seja um escrito de pedra, na direcção da educação, porque esta é a base da sobrevivência instintiva, e que nos faz agredir em alturas de desassossego.

Por isso, a missão do projecto de Quintandona é essa educação através da arte e fruição em prazer ser-se educado. Senão releiam, ou tentem lembrar-se do que falava os espectáculos. Tudo era intencional. Estes, conforme o nível de educação, forneciam sempre uma mensagem. Ou seja, é como se usasse-mos uns óculos de entendimento com várias lentes, quanto mais avançamos mais compreendemos.

Confesso que lido um bocado mal com preconceitos (porque são fechados), portanto criam segurança, mas também impedem comportamento educacional. E muitos deles são falsos.

Toda esta conversa para explicar que o Sr Belmiro teve acesso a toda esta informação e NÃO a compreendeu, porque já está inscrito o instinto político… MAIS não foi capaz de respeitar, alguém mais novo, com uma postura diferente: preconceitos. Mais não compreendeu porque o fazia de forma gratuita… MESMO QUANDO LHO DISSE. Ou seja: a educação é algo longínquo, como a utopia, que não se GOZA, nem se faz PIADAS, é a minha missão para impedir que comportamentos de risco de outros ponham em risco a vida dos meus. É a minha homenagem à Sara, que não teve a oportunidade de também se, por si, inscrever na história. Ainda que pelo facto trágico já o fez, é a minha forma de lhe agradecer a minha “rotação-translação”.

Como queriam que mantivesse a calma quando, dizia que abandonava, surgiam deste senhor afirmações como: «- Por morrer uma andorinha, não se acaba a primavera…» ou então quando fazia uma avaliação do que correu mal, o senhor absolutamente comprometido com o erro, disparava: « não te armes em professoreco, porque não somos teus alunos para avaliares…» ou então «- sabes quantos votos significa Ordins? pois o rancho dança sim senhor nem que chegue atrasado 1 dia…» mais uma vez, são somente exemplos e não não vale a pena ir mais além, como já disse não é esse o objectivo.

Mais reforço que pretendia trabalhar na minha pesquisa académica e o laboratório seria Quintandona, expressei-o claramente, e foi entendido como uma possibilidade de me agrilhoar a ele, e não pisar o risco… Nenhum artista consegue produzir agrilhoado… Essa é a beleza da profissão: a liberdade e a utopia, correr para o infinito, mesmo sabendo que ele correrá sempre à nossa frente e não espera por nós. Pensar que me davam um cantinho e eu pintava as propostas e V. Exl aprovavam… SE essa não era a intenção, foi assim que me fizeram sentir, eu disse claramente que me estava a sentir assim, em resposta: “diminuíram o gabinete”. Isto é uma acção opressora: fazes como eu QUERO ou não fazes, porque o projecto está institucionalizado e agora os SENHORES do COMANDO é que decidem!

Isto, vindo de alguém que é líder de uma comunidade confere uma maneira de estar dessa mesma comunidade. De todas as formas, cito expressão: «passar a mão pelo pelo…» são todas opressões, se pelo reforço de carácter para desempenhar funções, se pelo avivar do orgulho, se pela ameaça escondida e simpática… Compreendo-as e identifico-as a todas. O meu trabalho é com actores, os profissionais da mentira, disfarce e personificação.

Em relação à inauguração da casa do Xiné, nunca eu fora tão humilhado em toda a minha vida. Eu acho que as pessoas de Lagares têm um especial gosto de humilhar para parecerem superiores. Lembro-me das imbecilidades dos meus amigos, há muitos anos. O que eu não esperaria era de um presidente da junta. Vi ali subserviência à pirâmide política, que pouco fez pelo projecto, ou melhor só fez o que seria a sua obrigação. Recebi um SMS como convite, que o entendi como provocação, não está à espera que acredite que os “discursantes” também foram convidados por SMS…?

E estavam à espera que eu fizesse o quê? Escutei como foi importante o senhor que limpou os vidros para o projecto de Quintandona, como se ia dizendo nas entrelinhas que não fazes cá falta nenhuma. Como o Sr Padre deitava água na fervura com um conta-gotas não fosse ficar mal com Deus e com o Diabo…

Caricato, caricato foi o facto de que nesse dia 20 de Maio fazia 20 anos da morte da Sara, aliás do último dia que estive com ela, porque morreu a 21. Ele há coisas do DIABO!

 

Em relação aos meus amigos, que postura? Desdmond Tutu, bispo da África-do-Sul, disse uma vez acerca do apartheid e a violência racial: -«Aquele que se silencia numa situação de opressão, toma o partido do opressor…»- salvaguardo os que se preocuparam e que são meia dúzia, cabem nos dedos de uma mão.

Procurei desenvolver um projecto para as pessoas, com as pessoas, tentei ser o mais cordial possível, bem sei o feitio que tenho, mas isso não significa que não respeito toda a comunidade de Lagares, penso que as pessoas sempre me viram como uma pessoa honesta, obstinada e com franqueza. Então o que se passou? Fui eu que falhei?

NADA MUDA se uma comunidade continua anestesiada pela potencialidade da “FAMA”.

O projecto de Quintandona trouxe a Lagares uma visibilidade regional, pontualmente nacional, e aí se sobre-elevou o TAL instinto, por isso a comunidade quis o seu “naco”. Isto não está errado, o que é errado é a violação feita pela política do sentido ético e de valores que estava a ser construído com o projecto feito, acabando por baralhar e confundir as gentes.

Mas, no fundo, as pessoas sabem o que está certo e errado, e acredito que os pais dos comoDEantes pirralhos sabem disso, bem como os preservados que partilharam as minhas mágoas, no entanto CALARAM-SE. Cantar Zeca Afonso e depois calar-se numa situação destas? A COMUNIDADE ESTÁ SILENCIOSA E CONIVENTE E ASSIM VAI O ESTADO DA NAÇÃO, políticos que juraram defender todos os eleitores, ainda mais os indefesos, atacam-nos e todos baixam os braços. Políticos que deveriam ser prestáveis são a maior classe de IMPRESTÁVEIS. Se aqueles que governam ou governaram e os que se opõem não são oposição séria…

Por isso, caríssimos cada povo tem os políticos que merece!

Não baixo nem baixarei nunca os braços. E por isso aqui deixo também uma nota negra para a política do munícipe, pois apesar de saberem que as coisas deveriam ser feitas com competentes e profissionais, os quais devem ter autonomia… bla… bla… chamaram-me à presença do Sr Presidente da Câmara Municipal, em que o “queixoso” Sr Presidente da Junta de Freguesia de Lagares e seu adido, convidavam V.Exl a “puxar as orelhas” ao Pedro.

A verdade é uma: V.Exl. está de saída da Câmara Municipal e portanto este mandato é para marcar pontos no panorama nacional com o mínimo de tumultos, já que se avizinham as “guerras da sucessão” no partido, e a última coisa que se vai fazer é criar “indisposições” ao TIO, um veterano no partido…

Mas afinal porque se chegou aqui?

Chegou-se aqui porque eu acredito na liberdade de expressão, no livre arbítrio, na escolha livre, esclarecida. Portanto em 2009 não senti que devia apoiar lista alguma à Junta de Freguesia e cometi “a sinceridade” de dizer que já chega de Belmiro Barbosa. O resto está à mostra.

Agora, mais aliviado, espero que possa continuar a ser livre, espero poder dizer o que me vai na alma, contestar as contas de todos os eventos públicos, porque estas têm que ser TRANSPARENTES e cristalinas. Espero ir viver para Quintandona e reconstruir lá a minha casa serenamente, sem percalços… Espero poder dizer não, não podem utilizar mais a minha propriedade! e por isso ser alvo de CRÍTICA e retaliação. ESPERO QUE considerem que luto por valores instituídos num tal 25 Abril e que ultimamente parecem esquecidos. Espero que considerem a geração futura e quanta RESPONSABILIDADE temos em deixar LEGADO EDUCACIONAL, pois essa é a melhor herança que um pai pode deixar aos filhos. Espero que considerem o quanto já fiz . Espero que considerem os meus filhos e que por eles LUTO sem medo! Mas com dignidade, sem falsidade e sem VIOLÊNCIA.

 


Sobre a translação, rotação, rodopiar até voltar-se contra!

Numa madrugada de quinta-feira, a polícia de Las Vegas recebeu uma chamada de uma mulher que dizia ter visto a descer a rua um bode que conduzia um hipopótamo. Esta história foi contada pelo Herald Tribune em 1973. Na verdade, a história era verídica. Os animais tinham fugido do jardim Zoológico e dirigiam-se para o deserto. Quando os polícias colocaram uma trela no bode e tentavam acenar para segurar o hipopótamo, aperceberam-se que o mastodonte seguia religiosamente o bode. Resolveram leva-los de volta ao jardim e, claro, o hipopótamo o lá seguiu.

Efabulando a notícia as coisas passaram-se mais ou menos assim: No jardim Zoológico de Tulsa de Las Vegas, já tarde o bode notou que o tratador tinha deixado as portas destrancadas e num golpe de língua lá conseguiu abrir as portas, mas cautelosamente abriu somente a sua e a do hipopótamo (vegetariano e valentão) não fossem enfrentar adversidades – vá acorda HIPO, anda, vamos fugir para o deserto! – acordando bode o hipopótamo em tom de surdina, o qual respondeu: – Ah! quê? fugir para o deserto para quê? – Fazer fortuna, pois claro! – respondeu o bode determinado. – Ora esta…- disse o Hipo, – para virarmos um monte de ossos e carne seca para os abutres? – Não, anda lá, não muito longe daqui há um lago, que a maior parte do ano é um lamaçal…- Palavras que disseste, lamaçal era com o Hipopótamo, mas a caminho, começou a reflectir e: – Mas que é que fazemos lá? – O bode muito empreendedor: -Fazemos um SHOW para turistas entediados! – Um Show?!!!! – replicou o hipopótamo- é disso que vamos comer? E mais, nós não temos qualquer tipo de talento! – O bode lá replicou: – Não te preocupes que eu tomo conta do espectáculo e tu danças. – E foi nesta alegria de demi plies pelo Hipo, que eles lá seguiram, o bode montês, salta aqui e ali e mais um rodopio, o Hipopótomo lá lhe foi seguindo. – Ora isto não parece díficil, vamos fazer uma dupla e tantos: Fred & Ginger. O problema é que os nossos potenciais artistas nos seus passos de rotação e translação iam fazendo um ruído ensurdecedor, mini terramotos de rua e atraindo assistência animal, que entre guinchares e piares lá iam chamando os amigos pró espectáculo. Era na verdade um espectáculo oportuno, quem pensara pôr um hipopótamo a dançar ballet? Era algo extraordinário. As sugestões de passos pelo bode eram sempre cautelosas e cuidadas, não fosse o movimento desmanchar numa chafurdada. Com certeza sonhava com o seu projecto. Sabendo bem que tinha um hipopótamo, e não belas cabras montesas para fazer a sua versão do lago dos cisnes… Ora naquele ruído atraiu os gatos de rua, aqueles vaidosos, que andam sempre a saltitar e a bailar pelas caleiras, ora se abespinham, ora ronronam, o show do quarteirão é deles. Primeiro ficaram cheios de inveja, depois os manhosos e contorcidos bichos  pensaram que aquilo poderia dar lucros, ser um bom tema de visitas de humanos, e onde há humanos há lixo e restos de comida e sobras, etc. Saltaram para o lombo do hipopótamo e lá começou o grasnar e miar: somos os DONOS do quateirão, portanto têm de trabalhar para nós. O bode determinado com o lago na cabeça, ignorou. No entanto, a nova bailarina foi-se afeiçoando aos ronronares e promessas, aos suaves raspares de unhas no lombo, às grande latas de  repolho, sobras do mercado da esquina… etc. Foi quando o Hipopótamo já comprado disse: – EU FICO AQUI! – o bode ao voltar-se viu nos olhos dos felinos a manha, a gatisse e absolutamente furioso disse: – Não vês que nos apanham e prendem. Aqui ainda não é lugar nenhum para espectáculo. O projecto… – O hipopótamo, também furioso e brutamontes berrou com aquela bocarra: – CALA-TE BODE! EU É QUE SEI QUE ESPECTÁCULO VOU FAZER! e o bode triste disse: – Mas tu não és meu amigo não fui eu que te ensinei a dançar?… – Foi aí que a mulher acordou,  ligou para a policia e denunciou os bailarinos. Os gatos ,esses lá conseguiram o que queriam espantar os novos artistas do quarteirão deles… Diz-se que o hipopótamo continua a treinar os demi plies e as rotações para a piscina do jardim Zoológico, que sem compreender só faz um mergulho estapafúrdio para entreter os papalvos. A liberdade, essa é incomoda, dá trabalho e dá preocupações!

A fábula só introduz o tema: como é que eu voltei numa rotação e translação a cair na mesma esparrela? Ora bem vistas as coisas: Não sei ao certo. Rotações e rodopios da vida. O certo é que o projecto de desenvolver uma companhia de teatro como os comoDEantes era antigo e fora inspirado em alguns projectos como o de Toga Sanbo, o do Teatro Regional da Serra de Montemuro, e na minha experiência de ERASMUS na escola de Dartington, em Inglaterra. Fora tema do meu trabalho final de curso intitulado «Pela demolição da quarta parede (considerações acerca do teatro rural)» Onde já propunha  um projecto como o de Quintandona, com companhia de teatro, espaço cultural e um festival. (podem consultar na biblioteca da ESMAE, não vá eu estar a mentir…)

Depois de alguns trabalhos de visibilidade profissional recebi o convite de uma associação juvenil na Sobreira para criar uma “escola de teatro” ,que aceitei criando uma companhia de formação inicial. Mas o grupo que se comprometia a inscrever e alinhar no projecto era um grupinho de Recarei que costumava estar no Motarbar, que habitualmente trazia propaganda e um jornal do PCP, que é malta normalmente entusiasta das artes e que a sabe respeitar…  A Associação por sua vez, propôs e prometeu mundos e fundos, ordenados e regalias… De desconfiar, quando a esmola é grande…

Foi aí que criamos o grupo de teatro que deu origem ao 1º espectáculo que se chamava “O regresso do Roei côdeas”, um espectáculo baseado na commedia dell’arte, que atraiu muita gente, tivemos imensas apresentações. Não foi fácil criar o primeiro espectáculo, já que conforme ia escrevendo o texto, os “alunos” iam desaparecendo e os actores revelando-se ora mais ou menos disponíveis para aceitar a formação e até para resolverem os desafios das personagens. O trabalho foi longo, lento, mas acabou por criar frutos. Revelou talentos, mas também carácteres e feitios… Como sempre disse, o teatro tem um efeito revelador nos actores, as camadas superficiais caem e põe a nu formas de estar.

Mas logo após a estreia lá vieram os «gatos» para se apropriarem do quarteirão, e claro impor clausulas tipo POLÍTICAS CULTURAIS de alinhamento relacional: Não dizes mal de mim e fazes o que eu quero! Ah! pois e tens que pagar uma renda pelo espaço. Onde é que eu já ouvi isto? NÃO VOS PARECE FAMILIAR? Pois o poder político seja qual ele for, não digere muito bem críticas e o modus operandi é sempre o mesmo. Aos artistas pode-se dizer de tudo, mas a um líder não… E porque o pessoal não ia sequer resignar-se  a tamanha subjugação, saímos. Saímos da Sobreira sem rumo. Aliás, por acaso já tínhamos um espaço, que o Pe Mário João nos tinha oferecido. No entanto, logo fomos rondados pela “entidade”, no sentido de termos um espaço, um palco ali mesmo no salão.

Politica outra vez? NÃO, NÃO! Propus então criar a associação, para podermos ter carácter jurídico e uma afirmação. Uma defesa, já que a nossa autonomia institucional dar-nos-ia uma liberdade de acção para podermos criar os nossos espectáculos, criticar quem quiséssemos, etc. Bom, acabei por fazer criar e fazer tudo, desde os estatutos à auscultação da notaria de Penafiel, até a um juiz do tribunal de Penafiel. Apesar da falta de ajuda, isso não me impediu de criar a associação, e em 2005, aquando  das eleições autárquicas com as habituais inaugurações, o lugar de Quintandona foi visitado e inauguradas as remodelações da recém-nomeada Aldeia Preservada! Eu por gentiliza avisei o presidente da junta que iríamos apresentar o grupo às entidades e à comunidade no dia seguinte. Coitado, digo eu! Passou a noite a rebolar-se com as possibilidades de enxovalho que poderia fazer um “teatro” nas vésperas de umas eleições… E como mais tarde admitiria, consultou o consultor-mor, ou guarda-chuva-político, seu tio, que lhe recomendou para se resignar…

A apresentação correu bem, deixou um sabor doce, inspirou e projectou facilmente o que viria a acontecer: o projecto Quintandona, e o sr presidente da câmara entusiasmou-se e apropriou-se do conceito de tal forma que ainda hoje afirma como ideia sua. KA kA KA! E logo se propôs a “armador da frota”, quando ela já tinha zarpado. Obrigada, assim qualquer um!

A surpresa aconteceu, não dos políticos, mas das pessoas de Quintandona, que às propostas de apresentação oficial do grupo de teatro num magusto, juntou-se numa desfolhada a rigor: com carros de bois, bailico e farda a condizer. Aqui sim, foi acto fundamental para criar e cimentar o projecto, a que aliás boa parte dos comoDEantes se opuseram e se negaram participar.

Mas por um punhado de vida, tem outras histórias de bastidores, que até tem alguma graça, especialmente o tema do cemitério, que foi levado a peito… ra! ra! ra! Mas fica para próximas histórias.

Bem hajam,

Pedro

p.s. – às vezes questiono-me se alguém lê isto! Porque quanto sei os actuais fazedores da cultura Lagarences não lêem e não acham importância a isso…


Uma fábula: A fada e o porco – Uma teoria sobre o erro!

Quero-vos contar uma história, que já há algum tempo faz sentido na minha cabeça, mas, infelizmente, não conseguiu atempadamente evitar todos estes desastres… Porque para se ver as coisas como elas realmente são, temos de imaginar estar no outro lado ou então sermos capaz de uma boa dose de auto-censura, humildade e saber o que significa : só sei que nada sei…

Então, no paraíso existe um programa (daqueles de apoio solidário tipo RSI, em que só se tem que receber…) segundo o qual cada fada de tempos a tempos tem que ir à terra conceder um desejo. Embora as fadas superiores possam fazer a viagem uma vez por mês, algumas fazem uma vez por ano na primavera, para verem a nova moda… por estarem desiludidas com os “pedidos” ou, então, vão-se deixando contagiar pela (des)Humanidade. As fadas mais novas, todavia, são as mais entusiastas e nunca perdem uma oportunidade de fazer a vida na terra mais celestial, mais bela.

Essas, mais jovens entre as fadas, podem viajar somente no dia 21 de Junho, dia mágico do início de verão. Este ano a excitação era ainda maior, pois a primavera terminava radiante e quente, com perspectivas de uma noite estrelada e animada, e quanto mais é  a alegria dos humanos maior é a a possibilidade de desejos bondosos e celestiais e nada de Ipads ou Iphones… E este era o assunto de todas as tagarelices no paraíso. Enquanto isso as fadas mais velhas deslocavam-se para a zona de neblina do Paraíso, longe da porta de lançamento. As mais novas entretidas, a trocar planos, nem notaram.  Não fosse o Paraíso  e parecia uma competição aberta para quem fazia melhor… E superar a vizinha. Havia uma competição considerável na tentativa de ser original, na escolha do sujeito para satisfazer os desejos: Alguém pobre, alguém doente, alguém infeliz, alguém rico, mas infeliz, e calculava-se a acção nas possíveis repercussões que ela poderia ter, efeito de dominó. Deveria o felizardo ser feio ou bonito, rabugento ou alegre? No meio desses debates, uma das fadas mais jovens aventurou-se: – Porque é que satisfazem sempre desejos humanos? – todas, admiradíssimas – Quê? que outros tipos há… – e a fadinha retorquiu: – Os animais também têm desejos, não têm? Pessoalmente, eu gostava de satisfazer o desejo de um porco. – As outras riram e nem a levaram a sério, e por ali ficou o assunto. Mas a nossa jovem fada não se esqueceu. E, por isso, caladinha quando chegou a altura lá se dirigiu a uma aldeia, onde encontrou uma enorme pocilga ao ar livre na qual os porcos chafurdavam. Eles espantadíssimos cheiravam, sacudiam as orelhas, até que decidiram que a fadinha não seria comestível e lá continuaram na chafurdisse. Ora a fada, espantada com a recepção: – Então? Não é maravilhoso? Estou aqui. – Mas ninguém lhe passou bola. Só um mais separado pareceu diferente. Ela lá se dirigiu: – Então Sr. Porco, quer saber a minha missão? – ele retorquiu: – Quero oinc! pois, oinc! – sacudindo o nariz e estendendo o focinho a tentar sentir o ar. Ela entusiasmada disse:  – Sou uma fada que vim do Paraíso para conceder um desejo. – «Uma fada» pensou o porco que tinha mais um ou dois neurónios acima dos outros porcos: – Não é de estranhar que não te tenha conhecido o cheiro! – Ela riu e retorquiu: – Ah! Sabes o que é um desejo? – arregalaram-se-lhe os olhos, brilharam as pupilas e afirmou que sabia sim senhor, e o que gostaria de ter era mesmo um par de asas como os pássaros, que esses sim eram livres e voar dali para fora, ser livre e não ter que viver com aqueles outros porcos estúpidos. Ela imediatamente estendeu a varinha e acenando-a realizou o desejo,  pois tal tinha sido a sua felicidade na resposta do porco.

Ele, então, maravilhado exclamou: – Espectáculo, afinal é mesmo verdade! Uau! – Ela no mesmo entusiasmo, disse-lhe: – Vá experimenta. Voa livre! – Ora o porco assim fez, bateu asas, levantou voo, meio desajeitado no início. Depois, lá se estabilizou e a fada atrás dele ia-lhe perguntando se gostava e ele concentradíssimo afirmava com um hum-hum.  Ela satisfeita com o seu desejo, retorquiu: – Onde vais primeiro? – e o porco retorquiu: – Ali mesmo! – E baixou no próximo Chiqueiro de lama que viu. A fada ainda duvidosa, lá o questionava se ali seria um óptimo sítio, se efectivamente ele gostaria de pousar já num novo lamaçal… Ele respondeu: – O Manuel agricultor só às vezes é que nos deixa vir para aqui nas mudanças e limpezas do outro chiqueiro, assim não terei de dividir o lamaçal com aqueles porcos estúpidos. Isto aqui agora é só meu! – E rebolando-se na lama sujou as suas belíssimas asas na lama e  as asas ficaram tão sujas e empestadas que se tornaram inúteis para voar.

A nossa fadinha lá regressou ao paraíso, pensando, que porcos, ainda que com asas são porcos, e não adianta dourar a pílula.

Ou seja, foi desta ingenuidade que eu acreditei poder mudar as pessoas, poder-lhe dar hipóteses diferentes, vidas melhores, sem que a única satisfação seja o ter. Há algo de muito errado na nossa sociedade. Toda a gente, mesmo não tendo uma consciência clara dela tem essa impressão. Uma impressão, no entanto, que não impede de agir segundo essa norma absurda de que contraria por todo: PORQUE AS PESSOAS SÃO PARA SE AMAR E AS COISAS PARA SE TER  e não o contrário.

Não é que eu não soubesse, mas simplesmente resistia à ideia. Em 2000, mais precisamente na passagem de ano, a desafio de uma data de pessoal, entre eles os mais entusiastas foram o Paulo Guterres e o Ezequiel, aceitei fazer a passagem de ano. Depois de ter estado afastado, queria compreender também as minhas impressões, afinal se uma festa era ou não capaz de superar os 150 contos de lucro. Bom posso vos dizer que a festa rendeu mais de 700 contos de lucro e despesas pagas passaram dos 600. Estes foram entregues à “entidade superior”, mas geridos e contabilizados na nossas mãos. Não houve tempos de infiltrar, porque o evento foi decidido em pouco mais de uma semana. Para o que foi utilizado? Não sei. O que queria saber já sabia. E melhor soube, quando passados pouco mais de um ano apresentamos um espectáculo comemorativo dos 100 anos da banda de Lagares e precisamos de apoio financeiro para alguns materiais… O que valeu foram as pessoas, as pessoas com quem trabalhei depois, que na sua humildade e por pouco tempo trouxe para o futuro. Foi também o cuidado e a amizade, bem como algumas histórias que me acompanham ainda hoje.

Portanto, não vale a pena investir em pessoas que simplesmente não querem mudar de chiqueiro e continuar a chafurdar na televisão e futebol, ainda que lhes pareça a melhor vida, ou então que pensem que é necessário o Euromilhoes e fadas, para poderem mudar. Na verdade continuariam a ser só PORCOS.

Vale a pena reflectir!

Pedro


O rei vai NU…

O rei vai nu é a história preferida da Sara, a minha filha, aliás chama-lhe “oreivánu”. Relembro-vos que conta uma história simples de um vaidoso monarca que gosta de impressionar o povo com a ostentação dos seus fatos e da sua BELA vida. Para isso contrata novos alfaiates (estrangeiros) para lhe costurarem fatos excêntricos, e claro está eles deparados com o desafio “prometem fatos (e factos…) extraordinários com uma tal trama criada a partir de um fio (condutor) visível só a pessoas superiores… (orgulhosos, arrogantes e incompetentes que não sabem admitir que não sabem ou não conhecem…)

A esta altura já foram capazes de fazer as analogias suficientes para compreender o que quero dizer.

Mas ao que interessa: a esta altura vamos no intervalo do “espectáculo” e é altura do intermezzo, portanto: se fazemos coisas e não pensamos acerca delas limitamos-nos a ser primários (primatas) e se efectivamente somente imitamos então a mimésis acontece fora do palco.

Aparte: adoro usar termos complexos porque assim pareço mais intelectual… he! he!

Ou seja, o que dizemos e fazemos é parte do que pensamos, e como disse Séneca, poeta romano, quem pensa mal fala mal , vive mal…  As escolhas que fazemos diariamente são mais determinantes do que a escolha que fazemos em actos únicos, como por exemplo registar o euromilhões, ou assistir ao jogo Benfica-Porto, ou votar no partido X. No entanto concentramo-nos mais nesses actos do que na vida diária que a perdemos constantemente, e se olhamos para meia dúzia de números VÁRIAS  vezes não o fazemos com o nosso filho, vizinho ou amigo. ACEITAMOS diversas formas de subjugação, temos MEDO  de dizer o que realmente pensamos e vendemos-nos ao conforto de: «NÃO ME INCOMODES».

De quanto sei todos vós se preocupa com o futuro, com a dignidade da sociedade, com o necessário respeito e identificação social…etc…etc… mas ficam-se pelo sofã e a meo. É assim que esperam defender aquilo que acreditam? Por outro lado temos aqui “militantes” da disciplina de voto, o formatados pela máquina PARTIDÁRIA, que insiste em dizer quem somos, o que devemos fazer e como nos devemos comportar.

Eu cá vos digo que não sou o que tenho mas o que penso, e ainda ontem investi 25€ numa nova abordagem disso mesmo. Um investimento que faz sentido, como diz o ditado: para se saber tem que se andar ou ler. E claro depois de ter visitado 3 maravilhas do mundo e 9 países em continentes diferentes encontrei em Fernando Pessoa algumas coisas essenciais e que não podem ser dispensadas. Tudo pela humanidade nada contra a nação. E isto não significa ser-se nacionalista e xenófobo, mas dar

desenho da Almada Negreiros do Fernando Pessoa

 sentido à Arte, com alguém já a comparou a uma  reserva de whisky velho, um almoço gourmet, um sinal de amor, etc. citando o poeta: “conquistamos já o mar: resta conquistar o céu, ficando a terra para os Os outros…”E continuando afirma que a arte pela arte, e por vaidade sem qualquer sentido nada vale. Por outro lado diz: …da absoluta inutilidade de qualquer esforço e da ridícula incongruência do acto de escrever – expor aos outros coisas que são opiniões ou sonhos, como se as opiniões, quando por acaso alguma acção têm, fizessem mais do que perturbar para fora dos seus saudáveis e naturais instintos os pobres cérebros humanos; como se o destino lógico e nobre dos sonhos não fosse para ficarem sonhados dentro de nós, sem a ousada imperfeição de serem expressos… E a vós compete-vos de adormecer ignorantes e lambe-botas?

Deixo-vos o desafio

Pedro


Aborrece-me pessoas que olham mais para os ontens do que para os amanhãs…

guerra da bósnia

… mas não podemos deixar de olhar para ontem: é de onde vimos de que se constrói a personalidade e com a qual construímos o devir. No entanto o futuro e a programação social construída através do tempos por diversas políticas sociais e especialmente educativas não são de todo absolutamente determinadoras de futuros. No entanto é necessária uma persistência e desejo, noutras palavras, uma inquietude para se crescer em alma e espírito. De uma forma mais simples e clara: há que não se conformar com o que nos dizem, por há sempre qualquer coisa mais além, há sempre o MISTÉRIO e o desejo do conhecimento e da resolução do problema. Não é para todos. Só para alguns. Alguns que não se conformam, alguns que não aceitam o “porque sim”. No entanto esta postura traz uma conotação de “esquisito” alucinado, entre outros, mas o que na verdade o que se sente é estrangeiro. Porque não se sabe se realmente utilizamos a língua “autóctone”, se realmente as pessoas estão a compreender o que dizemos…

Para um corredor ou mesmo um jogador de futebol a dúvida jamais se instala: uma vez a correr e a driblar as diferenças são claramente evidentes… No que respeita a outras áreas, especialmente à arte, existe um pressuposto de preconceitos depreciativos: -” nós deixamos-vos fazer isto aqui…” – ou então – “podes criar, podes tens os espaço e nós gostamos…(para o lado) ” o moço é habilidoso…” “sabe levar a vida”… “faz o que gosta”… “com certeza que lhe dai dar um byte, e vai se passar”… “nunca sabemos como lidar com eles… são tão inesperados!” pode dar para qualquer lugar…” “mudam de opinião como quem muda”… – Podia ficar aqui a citar impropérios “legais” classificadores de artistas. Vale a pena? Porque não compreendemos logo, ajuizamos. Para além disso, ser-se artista pressupõe uma forma de pensamento divergente característico das crianças de tenra idade: LOGO INCONSEQUENTE. Isto não significa que o nosso modo e os nossos objectivos, e mais profundamente: os nossos valores não sejam OS MAIS VÁLIDOS! a HISTÓRIA ESTÁ AÍ A COMPROVA-LO.

Perdoem-me a IMODÉSTIA, mas tenho consciência sei quanto de mim partiu que fez toda a diferença em Lagares. Em contraste com todos os SENHORES que por aqui sobrevoam… Sei quantas sementes plantei, com que intenções as reguei. Claro nunca o fiz sozinho e parte das vezes não o fiz para mim. Desculpem mas não será Lagares que traz currículo a quem quer que seja.

guerra da bósnia

Espectáculo acerca da guerra dos Balcãs apresentado na festa da Amizade em 1996

Mas o que hoje acontece, é somente uma repetição no tempo do que há mais de 15 anos aconteceu, permitam-me mais uma memória:

Em 1997, já eu tinha entrado para a escola de teatro, e no pouco tempo que me sobrava imaginava as possibilidades, os projectos o que podíamos fazer proporcionados pela emergente provocação de uma destas escolas.

Surgiram várias ideias mas devo de sublinhar duas: a criação de uma associação juvenil em Lagares, e um espectáculo de natal que integrava alguns músicos da Banda Musical de Lagares e o Grupo Coral de Lagares… Ao certo, não sei muito bem porquê, o projecto caiu, mais uma vez fui sufragado: NÃO, onde um marionetista torcia as cruzetas e os fios… E também caiu a vontade do grupo juvenil… e mais uma vez fiquei SOZINHO. É bastante doloroso acreditem.

Ainda esbocei uma recuperação em forma de espectáculo. Escrevi um texto que se chamava Oirotagrup , ou seja Purgatório ao contrário. Falava de um personagem em retrospectiva tentava reviver (que se lê igual da frente para traz e vice versa) tentava explicar o meu actual pseudónimo, a envolvente da mensagem «Sara», e porque me dedicava às pessoas, àquele grupo. NINGUÉM COMPREENDEU,  a maior parte passou o tempo em que apresentamos o espectáculo a fazer crochet e a discutir cartões amarelos…  Tinha feito uma directa para esculpir o boneco que entrava no espectáculo, tinha gasto a semanada nos materiais, e portanto dispensei 2 refeições… Tinha valido a pena? Não. Compreendi que realmente já ninguém me ouvia, era hora de seguir o meu caminho.

Depois contaram-me que a malta por lá ficou mais 6 meses a discutir a cor de um armário até perder o tino e desaparecer…

Que pretendo dizer, se eu tivesse chegado com bonito carro, teria sido endeusado, assim esbocei outras alternativas e trabalho, esbocei conhecimento e cultura, e as pessoas maltrataram, tal qual maltratam ainda hoje os livros, e a arte. Porque não a compreendem, não significa que ela não tenha a sua utilidade. Como já afirmei a arte como a utopia vivem do mesmo: ESPERANÇA. Esperança que esperamos alcançar, que caminhamos para a apanhar, mas a cada dez passos dos nossos elas avançam mais dez passos, e por isso compreende-las na sua plenitude será sempre impossível, mesmo para os que as desejam alcançar, os que nela se embrenham.

Mas aquilo que não podemos fazer é o que o Filipe Patola sempre dizia em tom de gozo: –…vou vender a televisão para comprar o vídeo!

Diz-se que para educar é necessário toda uma aldeia, em bem da verdade. Eu afirmo que também para florescer um projecto precisa de toda uma aldeia… Mas como disse o Bispo da África do sul, Desdmond Tuto – Se és neutro ou silencioso numa situação de opressão és igualmente criminoso, mais letra menos virgula.

Até logo amigos

Pedro


O tempo a passar e as memórias a desvanecer…

Se bem me lembro… ou então: por acaso não foi?…

É, a nossa memória é traiçoeira e regista as informações à sua medida moldando-as confortavelmente à personalidade. Portanto a imparcialidade é sempre parcial… Porque provavelmente o registo passa por reacções emocionais, e estas sejam de alegria ou tristeza tolda-nos sempre a forma de ver, analisar. Mas há coisas que raramente esquecemos, com pormenores e detalhes quanto nos envolvemos de situações embaraçadoras. Quem não já pegou numa fotografia dos idos e exclamou: – Que figurinha… – De verdade. orquestra_anarcaOu, então, quando pensamos como nos comportamos em determinado evento ou festa. Rimos de embaraço a tentar afugentar a sensação!

Mas para quê toda esta explicação? Para poder me lembrar do passado, para poder regressar a um tempo que recordo com alguns saudosismo, e quando for imparcial ou impreciso peço que me desculpem as emoções…

E cá vai mais uma história, porque a vida é feita de histórias simples: O grupo de jovens da Associação para o Desenvolvimento de Lagares surgiu numa festa de Carnaval de 1993, num sábado, quando eu tinha aulas em Ermesinde. Lembro-me que tinha comprado uma botas NOVAS e levei-as para as aulas para as “amansar” para o bailico da noite, já que estava aprovada a licença de sair nesse sábado. Mas na verdade elas, as botas,  é que me amansaram os pés, de tal forma que não houve hipótese nenhuma de sair de casa, quanto mais bailico… resta-me o consolo de não ter uma memória embaraçadora, para além desta. Mas há que as tenha, há!

Aqui começou, ou não, a minha participação nas actividades do grupo, lembro-me das propostas estapafúrdias de teatro que foram aparecendo entre actividades desportivas e recreativas. Mas parece–me que foi o teatro a estrela das actividades.

Mas aquilo que não me esquece era a minha vontade de falar: depois da estreia no primeiro espectáculo senti que ali fazia a diferença, que me escutavam. E tanto eu tinha para dizer! Se calhar estavam, inconscientemente, a ser complacentes comigo dada a recente fatalidade.  Mas a verdade é que as apostas e os espectáculos foram surgindo. E tal como uma bola de neve a atracção  do espectáculo trouxe mais actores, e estes outros colaboradores. Lembro-me da sala com mais de 70 pessoas nas reuniões de 5ª feira à noite.

Lembro-me da sala cheia a serrar pintar serrar, esculpir. Lembro-me também as nossas “digressões” em espectáculo onde muitos tesourinhos embaraçosos aconteceram… Lembro-me das discussões circulares, em que por o “sim” e  o “não” pairava por ali uma “entidade” que “orientava” a vontade. Confesso que aquilo me criava um prurido na minha jovem alma liberal.

Pouca cousa, porque descobri, bastava que elevasse a fasquia porque fosse qual fosse a sua altura o voto era sempre o mesmo rondava os 70% portanto era só fingir mais 30%. Ou seja a minha vontade estava nos 70% na realidade, o resto era bluff.

Desde logo a necessidades técnico-artísticas cresceram e o necessário investimento em equipamento não existia, portanto: era preciso produzir verba. Também  juntava o útil ao agradável: tanto trabalho merecia um bailico aqui outro acolá era preciso animar a malta… com disse o G Zeca. Inventou-se decorações, actuações, celebrações e concursos. E o público cresceu, e cresceu e ali se fez VERBA! O necessário investimento para equipamento e matéria prima do teatro.

O que se tornou chato foi, não obstante as festas crescerem os ganhos não saíam dos mesmo redondos números… é normal que começasse a criar intriga… É verdade que muita gente bebia e comia “à tripa forra” e nada pagava… O mal foi quando apareceram os “levantamentos” lá aparecia a “entidade”: -…meus meninoszzzz, vá lá!

Até que chegou o dia que a malta já não ia nos reparos. Carecia à “entidade” de medidas mais eficazes.

A este propósito lembro-me de uma história engraçada: A quando da coroação de D. Manuel I, o grande rei de Portugal quis impressionar o Papa dos seus avanços e conquistas nos descobrimentos enviou-lhe um elefante da Índia com o seu tratador coberto de prendas e mais tarde um Rinoceronte (imortalizado pelo pintor Albrecht Dürer) mas infelizmente o barco da frota onde seguia a besta naufragou e os portugueses lá ficaram sem que ter que oferecer ao Papa, diz-se (esta parte não é histórica) que o levaram à mesma embalsamado, ora não era o mesmo, e portanto os governadores para atraírem público ao cortejo para a coisa parecer mais grandiosa atiravam moedas de ouro às pessoas que se apressaram em engrossar o cortejo…

Foi o que aconteceu lá pelos nossos lados, mais virgula ou menos virgula,  assim se passou: com passeios e outras mordomias oferecidas em nome dos (auto-nomeados) administradores da VERBA conseguida para outras coisas.

Lamentável, lamentável as ofensas à liberdade. Mas a trupe ia resistindo…

Lá continuaremos a novela em futuros episódios. por agora por aqui ficamos.

Até mais.


O segredo e a promessa

Na nossa vida há promessas que nunca deveriam ser feitas, há outras que são razão e sentido da nossa vida. Umas são irrefletidas, outras ingénuas, outras incalculadas e outras frutos de paixões.

sombra de puzzle dá uma mulher

afinal o que parece...

Para mim, esta promessa foi uma grande surpresa, aliás foi surpreendente como evoluiu e que frutos deu.

Na verdade tudo parece fácil, como se trouxesse um anjo vigilante e orientador. A estrelinha como lhe chamo. Uma surpresa é sempre algo inesperado, algo que provoca admiração e choque e que pode ser boa ou má: E foi, assim, que recebi a notícia em Maio de 1992 do acidente da minha irmã Sara. – Estava muito mal… E…- tinha acabado de descer do autocarro da escola e já ouvia a dor da minha outra irmã, a sofrer a notícia mais amarga, a tal surpresa que mudou toda a minha vida.

Nessa noite, lá em casa, a vigília foi a maior tortura que alguma vez sofri, procurava na minha cabeça o futuro, a distância daquele momento, daquelas horas e como em defesa ou tentando acreditar que tudo não passava de um pesadelo beliscava-me por dentro dos bolsos, onde me ia enterrando em amargura. As horas foram passando sem que nenhuma palavra fosse suficientemente consoladora, sem que nenhum gesto acalmasse a dor. Portanto, guardei, guardei, guardei, guardei-a e enchi o peito, sequei as lágrimas e fui o que esperavam que eu fosse: Forte.

Naqueles dias que se seguiram foi o silêncio, o silêncio que nos trouxe calma, não paz mas calma. Mas, também, a sensação de injustiça por uma vida tão frágil, que vivemos, que sobrelevou a necessidade do “carpe diem”.

Porém, agora, o que haveria a resgatar? A troca de olho por olho, dente por dente parecia ser a mais óbvia e a mais apaziguadora da dor. E o silêncio cada vez maior, gigantesco e solitário.

Guardava numa mão fechada uma lembrança das últimas horas, se como esquecer a faria desaparecer. Na outra, o ódio à ignomínia humana. Como podia tanto erro humano ter levado àquela tragédia. Erro de conivência, erro de aceitar o que está errado, encolher os ombros e deixar para lá.

Um dia, na aula de físico-química, surgiu a ideia. A discussão era acerca da variação do tempo e da famosa formula E=mc2 do Einstein.Relatava a professora que o tempo era variável e assim sendo… perguntei em tom de afirmação, depois de semanas de silêncio: Então podemos viajar no tempo? E logo a turma começou a interessar-se pelo assunto comentando, quer fosse para adiar a explicação matemática, ou a seca da aula ou real interesse. No entanto, a professora disparou ali e logo suavemente com um: – Nem daqui a milhares de anos! – como se tivesse sido absolutamente claro qual era o real sentido da pergunta. E explicou, como pôde e através de formulas e algoritmos, contas e frações que a minha esperança era só literária, ficção científica. Naquela pequena esperança, a professora na tentativa de não alimentar falsas pretensões, arruinou um futuro físico.

Apesar de tudo, desta afirmação literária da professora compreendi que não era possível ir resgata-la ao passado, mas podia leva-la comigo para o futuro. Associa-la a tudo o que fizesse, como se se tratasse de uma homenagem contínua e perpétua, garantindo, assim, a memória e evitando que fosse esquecida.

Na verdade, toda a gente sabe disso, sente isso nos projetos que me rodeiam. Optam pelo silêncio, quando se apercebem, porque apesar de tudo é o melhor reconforto à saudade e, por isso, assino o meu trabalho artístico como Pedro Sara. O resto são evidências do meu percurso, e aqui clareio e tento explicar o que me move nesta cruzada ao contrário das mais variadas leituras e interpretações.

Assim se revelou o significado da promessa, porque não continuar com as revelações?…


Tempos agitados, tempos das coisas…

Saúdo a chegada deste blog num espírito de absoluta e profunda tristeza. Mas o fardo que carrego agora está a ser transferido para as costas daqueles que o criaram. A traição, a vaidade, a inveja são hoje actos comuns entre pares. NÃO A suporto e não a aceito. Vivemos tempos conturbados em que o paradigma social sofre mutações diariamente e se não nos agarramos à ética e quaisquer princípios morais, preparamos o veneno ou “herbicida” relacional. Desta forma:

É com uma profunda tristeza que anuncio que me desliguei para sempre do projecto de Quintandona, projecto que incluía a companhia de teatro comoDEantes, a Casa do Xiné Centro Cultural e o festival Festa do Caldo de Quintandona.
O desenrolar das diferentes situações e o acumular de ocorrências ditou o meu afastamento. Já informei o grupo da organização da Festa do Caldo, os comoDEantes, e os grupos associados comoDEantes crianças e o grupo dos mais velhos.
Como Heráclito de Efeso filosofou: “tudo flui como um rio”, portanto: “Um homem nunca atravessa, duas vezes, o mesmo rio. Na segunda vez, este homem já não é o mesmo homem, e o rio já não é o mesmo rio”.Justamente, porque tudo vive em constante ebulição e mudança e, a partir de qualquer experiência vivida, ela sempre nos fará pensar e agir de um novo modo, então o futuro ficou invariavelmente comprometido. E o caminho a ser seguido, que parece o mesmo, também já estará diferente.
A evolução dessa convivência é geradora de uma nova interacção, que resulta em confiança, partilha e convivência. OU NÃO.
Assim, fui discreto e silencioso em todo este processo com a intenção de não perturbar os trabalhos/ preparação da Festa do Caldo deste ano.

MAS digo-vos, que nunca pensei, que alguma vez seria TÃO HUMILHADO em toda a minha vida, como fui aqui neste projecto, que criei com toda as minhas forças e com todo o meu coração. NÃO PENSO QUE ALGUMA VEZ TENHA FALHADO, grosso modo falando. No entanto vós optas-te por não envolver, votar NIM, E ABSTER-SE também traz consequências. E agora digo NÃO, PARA NUNCA MAIS!

EXPLICAR-ME-EI EM FUTUROS POSTS

Pedro.